Após a vitória da selecção de futebol de 11, em Estocolmo, frente à congénere local, Ronaldo foi elevado ao Olimpo dos heróis, e uma marca de refrigerante desceu aos Infernos.
Entre os muitos mimos que foram dirigidos à referida marca esteve o de xenófoba. Confesso que fiquei abismado com o que nestes tempos realmente preocupa as pessoas e a leviandade com que adjectivos são atirados a torto e a direito.
Assim que acabou o jogo as páginas da internet com notícias mudaram logo, e o meu facebook sofreu mais actualizações do que às vezes numa semana. No entanto não encontro com quem discutir os programas do secundário, não vejo indignação pela venda de um empresa de todos nós que pelos vistos dá lucro (os CTT), não vejo indignação por um Orçamento aprovado em notas de rodapé, nada. Dependo em grande parte do que me chega pela net, por estar longe. Podia ser mais um que partiu e simplesmente não quer saber, mas procuro e gostava de debater estes temas.
Infelizmente resta-me o Ronaldo ser o maior do mundo e arredores, e as injúrias que lhe são dirigidas. Pouco importa que o Jorge Fonseca tenha sido recentemente campeão europeu de judo, ou tantos outros heróis que ficam por cantar. Pouco importa que o sistema de ensino esteja a ser demolido. Pouco importa que se venda uma empresa que podia amenizar o assalto que fazem aos bolsos de todos. Enquanto for assim sinto que merecemos tudo o que nos fazem e muito mais, pobres coitados entretidos entre a falta de pão e o excesso de circo.
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