Monday, January 14, 2013

Bem pregam todos na estalagem, fazei o que eles mandam e não o que eles fazem.

 A segunda semana de 2013 foi uma semana pródiga em acontecimentos de alguma relevância, com a revelação, no dia 8, da lista de reformados em Fevereiro da Caixa Geral de Aposentações. Desta lista foi dado particular destaque à autarca pelo PCP que lidera a Câmara de Palmela. Pouco ou nenhum comentador aproveitou a notícia paralela (e sem chamadas à página de entrada) em que se menciona que o Presidente da Câmara de Loulé beneficiaria da mesma situação. A mesma, apesar de na notícia da autarca de Palmela se esquecerem de mencionar que até ao final do mandato, tal como o seu colega, apenas auferirá do salário de autarca.

 O primeiro comentário que merece ser feito é: porque é que cada uma das pessoas (quem) foi colocada em notícias separadas quando se trata da mesma situação (o quê), na mesma altura (quando), da mesma forma (como)? Ficou a faltar o "porquê", mas claramente a resposta é porque a lei permite. Posso ser um opositor da austeridade económica que neste momento amarra o país, mas o despesismo nas palavras que a imprensa em geral recorre para tratar estes dois autarcas é claramente injustificado. Ou será?

 O PCP, partido da autarca de Palmela, quando confrontado com a situação emitiu uma nota onde não explica nada nem nada justifica. Apenas aproveita para remeter para uma decisão pessoal da visada. O PSD, partido do autarca de Loulé, não emitiu qualquer nota, e questiono-me até se terá sido questionado, ou se a notícia do seu autarca também andou a ser partilhada em fúria pelas redes sociais (na altura em que escrevo o número de comentários é de 490-2 para Palmela).

 A base do que se pede a ambos não é muito diferente. Em nome da posição do seu partido, a autarca do PCP deveria manter-se no activo até se terem passado os anos necessários para pedir a reforma, afinal o seu partido é contra a lei que lhe permite reformar-se mais cedo. O que ninguém achou por bem foi em questionar o autarca do PSD por se reformar antes do limite para a reforma que o seu partido quer meter na lei e impôr a todos os portugueses.

 É curioso que duas notícias tão semelhantes andem tão separadas. Não sei se algum regulamento deontológico para a igualde de tratamento obriga a que se cumpra uma quota de notícias sobre mulheres autarcas, mas se não for isso penso que dois casos em tudo iguais serem tratados de forma tão dispar (desde a visibilidade no site aquando da publicação, ao título da própria notícia) deveriam ser tratados de forma mais igual. Pelo menos por uma questão de justiça intelectual...

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