Wednesday, January 18, 2012

Ser Competitivo

Vídeo partilhado por um contacto no facebook.



Particularmente curioso de combinado com o seguinte conselho, da autoria das simpáticas vozes que nos guiam. (retirado do site do DN de dia 17 de Janeiro)

DANIEL BESSA

"Portugal tem que ser um dos países mais baratos"

por Nuno AguiarOntem
"Portugal tem que ser um dos países mais baratos"
Portugal deve procurar manter a sua mão-de-obra o mais barata possível, de forma a manter-se competitivo no seio da zona euro, defendeu hoje o economista Daniel Bessa.
"No sector dos serviços é importante que Portugal seja dos mais baratos da área euro", afirmou durante a sua intervenção no Congresso anual da APED. "É importante que os recursos humanos mantenham alguma qualificação e que fiquemos entre os mais baratos."

Wednesday, January 11, 2012

Os Pintelhos Contra-Atacam

 Em Novembro comentei aqui o momento em que Eduardo Catroga revelava que hoje em dia os jovens já não desejam tachos. Claro que para se querer algo convém haver e, no que a tachos diz respeito, a geração dos Catrogas e Silvas (e companhia [i]limitada) apoderou-se de tantos que duvido sinceramente que haja um púcaro de barro para distribuir fora da pandilha.

 Eduardo Catroga, o homem que o actual Primeiro-Ministro escolheu para negociar com a chamada troika as medidas de austeridade (e que mesmo assim o actual Primeiro considera - ou dizem-lhe para considerar - ficarem aquém do necessário) sabia de facto do que falava em ambos os casos.

 No que se refere a privatizar, quando defendeu a privatização da EDP fê-lo porque é mais fácil desculpar a sua  entrada (e dos seus correlegionários) numa empresa onde o Estado (leia-se todos nós) não tem mais nada a dizer, pese o facto de ocupar uma posição monopolista no mercado livre da electricidade em Portugal.

 No que se refere a Estado Social podemos abordar desde o prisma sério, segundo o qual um indivíduo que aufere de reforma cerca de vinte (20) salários mínimos vai acumular a este pecúlio mais cerca de noventa e seis (96). Para quem não percebe se a conversa deve começar pelo salário de que vai auferir, ou a pensão com que vai acumular, eu proponho que se discutam não números mas verbos. No caso o verbo acumular e como se permite (a alguns) acumular reformas e salários, em muitos casos ambos a roçar o pornográfico. 

 No estado normal das coisas, se alguém está a exercer uma actividade remunerada, não deveria ter direito a reformas equivalentes a vários salários mínimos, muito menos pagas pelo Estado (leia-se todos nós). Numa situação de crise económica, esta limitação deveria ser ainda mais zelosamente inspeccionada.

 Por outro lado, numa redução ad absurdum, o facto de Catroga e correlegionários serem os escolhidos de ocasião para fiscalizarem os negócios da China vem contribuir indirectamente para o desemprego jovem. Quantos e quantos meninos das jotas ficaram por servir nesta distribuição de arroz? De facto os jovens de hoje não podem esperar tachos, diria mesmo que nem tigelas de arroz, enquanto houver por aí uns funileiros a fazerem-nos à sua medida... Mas isso, como Catroga diria, são certamente pintelhos!

 No meio deste burburinho todo há no entanto uma mensagem que nos mostra que Catroga é afinal uma pobre alma altruísta que pensa em todos nós. Ao afirmar que
“50% do que eu ganho vai para impostos. Quanto mais ganhar, maior é a receita do Estado com o pagamento dos meus impostos, e isso tem um efeito redistributivo para as políticas sociais”
Catroga desculpa o seu ordenado e em nome da saída da crise quase que nos encoraja a pedir que seja aumentado.

Sunday, January 1, 2012

O País tem (de facto) uma dimensão diferente da crise que o varre.

 O Fantasporto decidiu promover um concurso literário. Até aqui é apenas um evento cultural a querer diversificar. Claro que um bom concurso com a chancela de um marco cultural não seria um bom concurso se não desse azo a azias e alvoroços póstumos.

 Ora depois do sururu que a escolha deu, entrei no ano a saber que:

Um grupo de independentes decidiu promover o Concurso de Contos de Ficção Científica –rejeitados do Concurso de Contos de Ficção Científica Fantasporto 2012, tendo em conta que foram mais de cem autores, de quatro países, espalhados por três continentes que submeteram os seus trabalhos, e pelo facto de apenas seis deles irem ver os mesmos publicados, concluímos que seria um prejuízo maior o desaproveitamento de noventa e quatro trabalhos, trabalhos esses, um bom número deles pelo menos que em mais que um local foram considerados de qualidade acima da média, pelo que se pretende assim resgatar os melhores do anonimato (...).

 (Conforme lido no, criado para o efeito, blog Gaitzetsi.)

 Com tal parágrafo introdutório, tive mais uma confirmação que a dimensão da crise global, tem em Portugal reflexo noutras actividades. Normalmente recomendo umas águas minerais ou sais de fruto para quem sofre deste mal. Como estamos a recuperar do Natal e Ano Novo apenas posso especular que para as bandas donde se escreveu tal prosa, há muito se encontram esgotadas...