Thursday, November 10, 2011

After being bombarded endlessly by road safety propaganda, it's almost a relief to have found myself in an actual accident.

 A frase do título é retirada do estranho filme Crash (1996, David Cronenberg) e talvez esteja para o breve o tempo em que todos a diremos. Poderá estar relacionada com acidentes económicos, sociais ou outros. Para alguns infortunados, estará também associada a acidentes viários.

 Este comentário, apesar de já ser o segundo, marca oficialmente o início de um novo marcador de comentários aqui no blog: Gathering Storm. A tempestade que se aproxima era, em Churchill a segunda guerra mundial. No nosso caso será algo anterior a esse marco.

 Quando se lê hoje em dia qualquer comentário onde se diz que "a Bolsa de X perdeu", ou se fala que empresas perderam será que perderam mesmo ou, como em 1929, esse valor nunca existiu exepto (actualmente) num écran de computador?

 Quando todos os países devem a alguém e esse alguém deve a terceiros que devem a quartos que devem... No extremo concluiremos que o saldo do planeta, no que a dinheiro diz respeito, será negativo. Como em 1929, andámos a comprar sonhos e nuvens. Olho para as notícias e vejo que Portugal pretende vender mais uns quantos títulos de dívida. De dívida! Andamos a vender falta de dinheiro. Andamos a dizer que nos falta dinheiro, que somos incapazes de produzir riqueza e no final vendemos essa incapacidade e prometemos somar-lhe mais uma fatia.

 Estamos acompanhados de todos neste procedimento, mas nunca a imagem do "se todos se atirarem para um poço tu vais atrás?" fez tanto sentido como agora. Ao olhar as notícias lembro-me do título. Quanto tempo andaremos aqui a ouvir falar de acidentes e com nuvens a pairar no horizonte até que finalmente sejamos atingidos por um raio?

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