Tuesday, November 15, 2011

(d')As antigas e viciadas práticas

 Hoje no editorial do DN temos um apanhado do que melhor se tem feito em futurologia em Portugal. Como diz o editor:
Em 2006, a 13 de Outubro, Manuel Pinho anunciava a boa-nova ao País: "A crise acabou!", garantia o então ministro da Economia, sublinhando que, à época, se vivia um ponto de viragem, e a questão era a de saber quanto é que a economia portuguesa iria crescer.
Dois anos mais tarde, em 2008, Teixeira dos Santos, então titular das Finanças, animado pela subida de alguns indicadores económicos, também não tinha dúvidas: "Estamos mais próximos do fim da crise do que do seu início e creio que estaremos, porventura, a passar o pior momento da crise nos últimos meses." Meses depois, em Agosto de 2009, José Sócrates era peremptório (usando aliás as mesmas palavras que hoje saem da boca de Pedro Passos Coelho, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira), anunciando um novo futuro: "É o princípio do fim da crise."
 Um parágrafo mais à frente, o editor refere o mais recente episódio de futurologia:
E ontem, foi a vez de Álvaro Santos Pereira cair em tentação: "2012 será um ano determinante para Portugal e para a economia portuguesa", pois "certamente irá marcar o fim da crise e será o ano da retoma para o crescimento de 2013 e 2014". E caso alguém estranhasse, o ministro vincou: "Que não exista qualquer dúvida!"
 Como dizia a outra: se não fosse verdade, até tinha piada.

  Na segunda parte o editorial debruça-se sobre os novos governantes europeus. Na sua curta intervenção menciona que
A sua escolha foi, por outro lado, também um "sinal" para o exterior de que as antigas e viciadas práticas serão deixadas para trás.
 Desconheço quais as antigas e viciadas práticas que ficaram pelo caminho. Desconheço-as porque ainda não vi quais as novas e virtuosas práticas que os respectivos governantes irão impor nos seus países. A antiga e viciada prática que entretanto já ficou pelo caminho, foi aquela em que os povos escolhem os seus governantes. Eu compreendo que isso da democracia é uma antiga e viciada prática grega e que não é a primeira vez na história que a humanidade a deixa de lado, mas será esse o caminho que queremos elogiar?

1 comment:

  1. Futurologia! Um curso maravilhoso. E acredito que o senhor Álvaro Santos Pereira tenha terminado este curso com distinção especial. E ainda vivemos numa democracia? Podia jurar que estava a viver numa anarquia...

    Gostei de ler! Muito bom!

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