Tuesday, November 22, 2011

A Ilegalidade da Desumanidade

 Anda por aí muita gente indignada com os imigrantes ilegais. Corre-se os cafés e muitos refilam contra essa gente que vem para aí tirar empregos. Refilam sem que concorram a esses empregos que os ilegais lhes tiram. Abstêm-se de concorrer por acharem que merecem mais que isso. Merecem melhores salários, cargos mais dignos, um sem número de regalias que merecem e que os imigrantes quase que lhes tiram da boca.

 O imigrante ilegal, que assume esses empregos, é um crápula, um vampiro, que aceita trabalhar sob cirscunstâncias que colidem com o que (ainda) é lei do trabalho. Esperem, o imigrante afinal é duplamente criminoso. O mal dele é que aceita trabalhar em vez de reclamar. Pois... Poder reclamar pode, mas como ilegal que é seria tratado abaixo de animal e retornado sem apelo nem agravo para o ponto de origem.

 Para um país que abraçou desde eterna memória o estatuto de remediado e acobardado é estranho haver quem procure melhorar a sua vida. Que esteja disposto a arriscar essa mesma vida ainda é mais estranho. Eu, sentado no meu cafézinho, é que jamais o faria. Nem aceito que alguém o possa fazer!

 Torna-se complicado perceber que se olhe para um imigrante ilegal como se fosse um cachorro que rói os sapatos preferidos do dono. Trata-se de um ser humano. Custa-me compreender que alguém tenha mais direitos ao que quer que seja com base no sítio onde nasceu do que alguém que arrisca a vida e a saúde para estar nesse lugar. E desculpem o desabafo...

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